segunda-feira, 23 de julho de 2007

O caos 'do bem'


No pavilhão 'qualquer coisa +n fatorial' do Rio Centro ou Riocentro (Junto ou separado? Ainda não sei, mas achei junto mais parecido com o que já li...sei lá! "A dúvida é o preço da pureza e é inútil ter certeza", disse certo compositor gaúcho), local das competições de judô, os juizes erraram ao punir a brasileira Erika Miranda na 'prorrogação com gol de ouro' (tem jeito melhor de explicar o Golden Score?) e deram a vitória a uma cubana. Protestos na arquibancada e um objeto atinge outra filha ilustre da Ilha, a craque Regla Torres, ex-jogadora de volei, que integrou a geração que venceu as brasileiras em Mundiais, Olimpíadas e mais uma competição a sua escolha...Torres reagiu e começou uma pancadaria que envolveu delegações, torcedores, guarda municipal (aqueles guardinhas, não é meu caro Raul Lopes? (piada interna, ou melhor, da área externa da Vila do Pan)), Força Nacional de Segurança, um cachorro que tava solto e quase me matou de susto quinta-feira à noite, quando eu caminhava sozinho, com as baterias do celular, mp3 player e câmera fotográfica descarregadas (achei q seria abduzido, mas me lembro como achei bonita a lua minguante em forma de sorriso) por um dos 4 mil gramados idênticos do Rioc...ou Rio Cen...(ainda não sei, mas tenho certeza de que aquele lugar foi feito pras pessoas se perderem!) e pensei q em certo momento Lula e Fidel Castro apareceriam no tatame de quimono (Lula vermelho e Fidel, verde) para resolverem a parada 'de uma vez por todas'. Confusão resolvida, eis que o público, ainda protestando, vira de costas para os tatames e se recusa a ver as lutas seguintes. Ato contínuo, canta à capela o hino nacional brasileiro enquanto tocava o cubano durante a cerimônia de premiação da cubana que 'venceu' Erika.


Eu reclamei do comportamento do público ao vaiar americanos e ainda tô 'meio chocado' com a frieza dos "fanáticos por vôlei" teleguiados da final do torneio feminino de volei (E AINDA QUERO MATAR O ANIMADOR DE VELÓRIO contratado para falar coisas como 'Solta o som dj', 'vamos fazer uma hola galera' e 'levantem e batam palmas, vai, lenatem só um pouquinho'). Mas o domingo me deixou feliz. Sou daqueles que revêem as imagens da semifinal de (Atlanta ou Sidney?) torcendo para, nem que seja no videotape, Ana Moser ou Márcia Fu chutem e soquem pelo menos uma 'cubanazinha'. Fair play é ótimo até te acertarem uma lata na cabeça ou roubarem um trabalho de anos, a realização de um sonho, a conclusão de um objetivo. O caos, em certas ocasiões, é absoutamente necessário e benéfico. O objeto que não foi jogado na Regla Torres mas acabou por acertá-la é o tapa de uma brasileira revoltada por ouvir tanto 'salta chica' (como cubanos e cubanas costumam provocar o bloqueio brasileiro após acertar um ataque sobre ele). O público virado de costas teve a violência de um estrangulamento e a precisão de um ippon. Nenhum golpe poderia ser mais definitivo ou consagrador. O silêncio do 'nós não queremos ver esse vexame' foi tão ensurdecedor quanto o hino cantado em altos brados. A rebeldia dos torcedores, de resultado que será julgado como inútil, deselegante e exagerado pelos que defendem a desumanização do esporte e, mais, dos humanos, tatuou uma medalha no peito, ou melhor, no coração de Érika. Bronze, prata e ouro, após sei lá quantos milhões de anos, se desintegrarão. Emoções como a que a judoca brasileira, chorando copiosamente, sentiu no pódio, são fotografias mágicas da alma. E "fotografia é o instantâneo que não se repete". Raul Lopes é um frasista dos bons.

5 comentários:

Anônimo disse...

Ana Moser em Atlanta???

Não foi Seoul? Enfim...

E o Ricardinho tá fora. =(

Cláudio disse...

Não Vic...em Seul ela ainda era um menininho..(rs). Foi Atlanta mesmo. Brasil foi bronze.

Unknown disse...

É... a torcida brasileira é assim mesmo... capaz de certos exageros quando generaliza e acha que todo americano é Bush, mas capaz de momentos tão emocionantes quanto esses, de virar as costas para o vexame provocado por um juiz sem critérios e de cantar em alto e bom som quem seria o verdadeiro vencedor... Enfim, pra mim, é sempre de arrepiar!!! beijoo

Anônimo disse...

Pois é, amigo Cláudio... os grandes, gigantescos, poderosos como gostam de ser chamados guardas... pq "guardinha" nao pode!
hahahahahaa
casos que me aproximam cade vez mais de Murphy

hoje te passei mais um caso interessante no qual você não estava presente... haahahaha

abraços

Um pouco de tudo disse...

Roubar não né? se já brigamos quando mesmo merecendo perdemos roubando tem que ter confusão e protesto mesmo!!!! O brasileiro não desiste nunca hahahahahaha