quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Texto no escuro


Acabou a luz do meu quarto, escrevo 'iluminado' apenas pela luz branca da tela do computador e pela luz meio distante do banheiro da suíte.

Não, não é nada disso...esse texto sairia hj mesmo que fosse escrito à mão. É preciso mais do que iluminação. São quase quase quatro meses sem passar por esse espaço e a sensação imediatamente anterior a resolver escrever era a de como se fosse visitar alguém muito próximo, mas que eu não via há muito tempo. Passei por essa sensação recentemente, adorei.


Tô aqui. 2007 (ainda). Aconteceram coisas ruins e difíceis de serem digeridas...uma lacuna que jamais será preenchida foi aberta. Mas o que tem jeito, ajeita-se. Tempo psicológico. Relógio é convençao. Devo seguir acreditando que as coisas acontecem exatamente da forma como devem. O saldo (não o bancário, evidentemente) é extremamente positivo. Novos amigos de infância, velhos amigos de sempre, hábitos adquiridos, outros renovados, alguns abandonados. Alguns abandonos. Ouvi muito, mesmo sem saber exatamente sempre a forma de fazê-lo e a reagir ao que era dito. Falei. Falei muito...outras vezes, demais. Agora parei. Não de falar. De escrever. Mais reflexão. Como reflito. Queria menos. É curioso.


2008 (ainda?). Por que hoje? Honestamente não sei. Sei sim que não existe coincidência, que um clichezinho ou outro, bem colocado, é até legal. Vamos nos permitir. E sei que em determinados momentos sou tomado por sensações absolutamente indescritíveis. Boas? Ruins? Intensas. É isso. Impulso. Hoje eu quis. Não precisava. Ninguém mandou. Ninguém me manda escrever. Mesmo pautado, escrevo as palavras que quero. São poucas as sensações de liberdade que podem ser comparadas a essa. Tá escuro em volta. Aqui dentro, tudo brilha. Pulsa descompassado, variando o ritmo. É assim que é bom. Que tem q ser. Algumas coisas jamais nos tiram.


Que a arte nos aponte uma resposta. Helter Skelter. Meu descompasso é meu. Teu. Ciao.