quinta-feira, 20 de setembro de 2007

O gol e o jogo do ano

Há três semanas Nottingham Forrest e Leicester City jogaram pela segunda rodada da Carling Cup, que, se não me engano, é a segunda em importância na Inglaterra. O Forest vencia por 1 a 0 quando o zagueiro Clive Clark, do Leicester, sofreu um ataque cardíaco. Em vez de uma substituição corriqueira, a situação delicada e chocante gerou um ato de extrema nobreza por parte do Nottingham Forest: permitiu que o jogo fosse interrompido e uma nova partida fosse marcada.

Pelas leis britânicas, o jogo, que foi realizado na terça-feira, dia 18/9, recomeçaria em 0 a 0 e o Forest, evidentemente, seria prejudicado. Antes do jogo, porém, as equipes entraram em um acordo e assim que a bola rolou, Paul Smith, goleiro do Notingham, sem ser incomodado por quaisquer adversários, conduziu a boa até o gol adversário e colocou no placar a vantagem de 1 a 0, fazendo, assim, com que o jogo 'reiniciasse' como tinha sido interrompido.

O goleiro Paul Smith foi o escolhido para evitar polêmica sobre apostas (lá apostam também nos autores dos gols). O Leicester acabou virando o jogo e se classificando para a terceira fase da competição, mas isso é o que menos importa. O zagueiro passa bem e se recupera no hospital.

Generosidade, gentileza, compreensão, gratidão, educação, fidalguia e, para usar o idioma deles, fair play. Emocionante, tocante. Isso faz falta no esporte, nas relações interpessoais, profissionais. E no mundo.